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PLANETA VERDE

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

PROJETO REDUÇÃO BULLYING

Um projeto de conscientização desenvolvido por duas estudantes de ensino médio da Escola Estadual Melvin Jones, de Caxias do Sul (RS), conseguiu reduzir os casos de bullying entre alunos da 5ª série do ensino fundamental. Segundo as jovens Edilene Antonelo Claudino e Maruska Guarda da Silva, que cursam o 2º ano no colégio, 40% dos casos de violência física e psicológica diminuíram após palestras ministradas por elas para 74 alunos de três turmas.

Os resultados do "Novo amanhã: projeto antibullying em turmas de 5ª série" podem ser vistos em estande da 25ª Mostra Internacional de Ciência e Tecnologia (Mostratec), que acontece em Novo Hamburgo (RS), até sexta-feira (22/10).

"Explicamos aos alunos o que era e como acontece para que não continue esse ciclo vicioso que é a prática do bullying. Escolhemos crianças da 5ª série para aplicar o projeto, porque elas estão na transição da infância para a adolescência, período em que ficam mais sujeitas às práticas violentas. Por exemplo, a voz dos meninos muda e as meninas engordam, virando motivo de brincadeiras agressivas", pontua Edilene.

Com a ajuda de teatro de bonecos, as meninas fizeram com que os alunos reconhecessem as ações de bullying – atos de violência física ou psicológica, intencionais e repetidos, praticados por um indivíduo ou grupo de indivíduos com o objetivo de intimidar ou agredir outra pessoa (ou grupo de pessoas) incapaz de se defender.

Elas constataram que muitos não sabiam do que se tratava por meio de uma pesquisa feita antes e depois das explicações. Para a pergunta "você já sofreu bullying?", 26% responderam que sim, enquanto quase 72% disseram que não, antes de ouvirem a palestra das jovens. Após a apresentação, 55% revelaram já terem sofrido bullying e 43% responderam negativamente.

Além das palestras para os alunos, as estudantes realizaram encontros com os pais e professores da escola. "Achamos importante trabalhar com eles para fazer um trabalho integral de conscientização", ressalta Edilene. "Mostramos os depoimentos que coletamos entre as crianças, que relataram, de forma anônima depois das palestras, as ações de bullying sofridas", completa.

"Ficam me chamando de gago e se juntaram em três para me chutarem" foi um dos relatos obtidos. As palavras de outro garoto também demonstram a gravidade da situação: "Acho que já sofri. Meninas me chamam de nomes feios e se juntavam contra mim por meus defeitos. Sempre querem me bater, até que procurei meus pais e a escola e elas pararam um pouco. Mas, hoje ainda me chamam de apelidos que eu não gosto".

Segundo Edilene, mostrar aos pais os depoimentos dos filhos teve como objetivo alertá-los sobre o problema. "Não é coisa que vemos apenas na televisão, mas que acontece em nosso ambiente todo o dia", afirma.

Desinteresse dos pais

De acordo com as alunas, foi difícil trabalhar com os pais, pois inicialmente o nível de comparecimento na palestra foi baixo. Dos 74 alunos, compareceram apenas dois pais. Então, as alunas convidaram aqueles que cursam a Escola de Jovens e Adultos (EJA) para conseguirem disseminar as informações e dados obtidos com o projeto para um grupo maior.

"Depois da apresentação houve uma interação e os pais também contaram casos de agressão que sofreram quando mais novos. Já passamos por situações de bullying e não queremos que outros sofram com isso. Tivemos o apoio de nossas famílias, mas sabemos que muitas crianças não têm", diz Edilene.

O assunto é considerado complexo pelas jovens pesquisadoras, já que grande parte das pessoas não sabe do que se trata e não se interessa. "Algumas até afirmam saber, mas têm a ideia de que o bullying é apenas agressão física. Não podem esquecer da violência psicológica", alerta.

O Meio Ambiente, as cidades, as árvores urbanas ....

Em tempo, a questão ambiental ganha a cada dia mais espaço. Sustentabilidade, conservação, preservação, cuidados com o meio ambiente, fazem parte das agendas, da escola fundamental com a Educação Ambiental, até a projetos das grandes empresas de redução de desperdícios e emissões.
Água, ar, terra, floresta, são motivos das mais variadas teses e temas que temos contato no dia-a-dia, todos com a preocupação central : a questão ambiental e a busca da sustentabilidade.
Na busca de um mundo mais racional do ponto de vista da compreensão dos limites das variáveis ambientais, sabemos que é necessário um novo paradigma de produção e consumo, mas enquanto não se faz possível ter essa praxis totalmente articulada, ações locais devem ser realizadas com objetivos de conquistar avanços ambientais significativos, criando a possibilidade de um ambiente futuramente mais equilibrado.
Quando falamos em questões ambientais, ecológicas, logo vem no imaginário as florestas, a Amazônia, o Cerrado, a Mata Atlântica, animais em risco de extinção, algo assim.
Fica claro que questões relacionadas ao meio ambiente do nosso dia-a-dia passam desapercebidas por nós e perdemos muitas vezes a oportunidade de contribuir para melhorar de maneira efetiva a qualidade ambiental de vida da nossa casa, da nossa rua, do nosso local de trabalho...enfim de nosso lugar de vivência.
O Desenvolvimento Sustentável é a voz da hora. Mudar o modelo de produção e consumo é o objetivo a seguir. Explorar racionalmente o meio ambiente no presente, preservando sua diversidade para gerações futuras é a grande tarefa de todos nós.
Quando falamos em atuar de maneira harmônica com o meio ambiente, estamos falando em buscar a sustentabilidade, equacionar de maneira racional o uso de matéria prima e seu consumo.
Hoje, a maioria da população mundial habita os centros urbanos. Moramos e passamos grande parte de nossas vidas nas cidades, devemos procurar nos ater a como melhorar a qualidade ambiental nessa massa de contradições.
As cidades nem sempre são planejadas e não conseguem manter um equilíbrio harmônico entre seu crescimento populacional e geográfico com o meio ambiente.
São ilhas de descompasso em relação as práticas “limpas” de um ambiente saudável. A partir dos anos noventa toma corpo de forma mais consistente o debate sobre a temática ambiental e assim, políticas não só públicas começam a surgir na busca de reencontrar um equilíbrio e superar agressões de anos ao meio ambiente, incluindo o urbano.
Esgoto a céu aberto, invasão de áreas verdes, ocupação de fundo de vales, desrespeito à áreas públicas, poluição sonora, poluição do ar, poluição visual, são alguns dos muitos problemas que fazem com que as cidades sejam “ilhas” de problemas, quando falamos em ambientes ecologicamente corretos e sustentáveis.
A complexidade dos temas torna a busca de soluções matéria multidisciplinar, o que faz com que todos os setores que compõem a sociedade sinta-se inserida e comprometida com as buscas de soluções para os problemas apresentados.
A Arborização Urbana tem um papel importante nesse contexto.
Muito além de desempenhar apenas um papel estético na composição urbana, as árvores tem funções múltiplas que podem contribuir de maneira efetiva na promoção de melhorias na qualidade ambiental das cidades.
Na melhoria da qualidade do ar, nas questões de melhoramento climático, na qualidade da ambientação das áreas verdes, no quesito da poluição sonora e ambiental, na preservação dos fundos de vales, a árvore tem urbana seu destaque.
No entanto, temos assistido ao longo dos tempos a um verdadeiro descaso , principalmente do setor público com essa causa.
A falta de planejamento técnico, de acompanhamento de um plantio adequado às diversas situações. No acompanhamento de condução, de podas erradas e mesmo de laudos técnicos incorretos, das condições fitossanitárias do vegetal, até a falta de condições de trabalho adequadas ao exercício da profissão, são causas que muitas vezes colocam árvores urbanas como um estorvo na cidade. E assim, a extirpação pura e simples vem sendo utilizada como “remédio” para a solução dos problemas.
É importante buscar alternativas que indiquem oportunidades de promoção de plantio, manutenção e conservação de espécies que harmonizem com o conjunto de equipamentos sociais urbanos, implicando assim na eliminação de conflitos existentes e na preservação e aumento da massa arbórea nas cidades, contribuindo efetivamente para a melhoria do ambiente nos centros urbanos.
No Encontro de Belém em 2003, foi aprovado apoio a iniciativa feita pela Deputada Federal Neyde Aparecida, PT/GO, um Projeto de Lei que inclua no Estatuto da Cidade a obrigatoriedade de um Plano Diretor de Arborização Urbana, para cidades com mais de vinte mil habitantes. A medida busca sanar problemas por nós relatados e de conhecimentos de todos que militam nessa causa.
A SBAU tem um papel de suma importância no acompanhamento desse projeto, dando apoio técnico, acadêmico. Promovendo debates públicos para dar adensamento e capilaridade à questão, pode a Sociedade Brasileira de Arborização Urbana gerar a possibilidade de colocar na pauta de prioridades dos governos municipais e suas Secretarias do Meio Ambiente, a importância do tema árvores urbanas. Além do mais, abriria um vasto mercado de trabalho a profissionais que se dedicam a causa.
Esquecemos quase sempre que pequenas ações contribuem para a melhoria da qualidade de vida nas cidades.
Se pensarmos só em uma árvore talvez fique a sensação de estarmos pensando pequeno. Mas se pensarmos nas árvores dos quintais, dos jardins, das calçadas, das ilhas das avenidas, dos parques, da imensa massa verde que existe em várias cidades, teremos a sensação gratificante de estar trabalhando por um ambiente melhor, mais saudável, sustentável... estaremos trabalhando pelas árvores, pela vida.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

http://www.polis.org.br/

COMO PREVENIR E ENFRENTAR AS ENCHENTES

As enchentes provocadas por fortes chuvas que atingem 13 estados já deixaram mais de 200 mil pessoas desalojadas, hospedadas com amigos e familiares, e cerca de 100 mil desabrigados, que dependem de abrigos públicos. O Especial Cidadania traz explicações sobre esse tipo de desastre natural e as recomendações da Secretaria Nacional de Defesa Civil sobre como prevenir e enfrentar as inundações.
PRINCIPAIS TIPOS E CAUSAS MAIS FREQUENTES
As enchentes que vêm ocorrendo no país podem ser classificadas em dois tipos, de acordo com a Secretaria Nacional de Defesa Civil (Sedec), órgão do Ministério da Integração Nacional.
1) Enchentes repentinas, bruscas e (ou) enxurradas:
Ocorrem em regiões de relevo acentuado e montanhoso e se caracterizam pelo acúmulo de grande quantidade de água num curto período. São frequentes em rios de zonas montanhosas e vales profundos. Muitas vezes as águas de chuva arrastam terra sem vegetação devido aos deslizamentos nas margens dos rios. Chuvas fortes ou moderadas, mas duradouras, também podem originar enchentes repentinas, quando o solo esgota sua capacidade de infiltração.
2) Enchentes em cidades ou alagamentos:
Águas se acumulam nas ruas e nos perímetros urbanos por fortes chuvas em cidades com sistema de drenagem deficiente. O fenômeno está relacionado à redução da infiltração natural nos solos urbanos, provocada por:
Compactação e impermeabilização do solo;
Pavimentação de ruas e construção de calçadas;
Adensamento de edificações, que contribuem para reduzir o solo exposto e concentrar o escoamento das águas;
Desmatamento de encostas e assoreamento dos rios;
Acúmulo de detritos em galerias pluviais, canais de drenagem e cursos d’água.
O coordenador do Centro de Apoio Científico em Desastres (Cenacid) da Universidade Federal do Paraná, Renato Lima, alerta para os resíduos de construção depositados nos rios em algumas cidades. Essa é uma prática que provoca enchentes, pois, assim como o lixo nas tubulações, os resíduos reduzem a vazão do volume de água. "É uma conduta inadequada da população, que acaba se tornando vítima", afirma o especialista.
O QUE FAZER SE O RISCO DE ALAGAMENTO FOR IMINENTE
Não deixe crianças em casa sozinhas.
Mantenha sempre prontos água potável, roupa e remédios, caso tenha que sair rápido de casa.
Avise vizinhos, corpo de bombeiros e a Defesa Civil sobre o perigo, no caso de casas construídas em áreas de risco e em áreas afetadas pela enchente.
Convença as pessoas que moram em áreas de risco a saírem de casa durante as chuvas.
Coloque documentos e objetos de valor em um saco plástico bem fechado e em local protegido.
Salve e proteja, antes de tudo, sua vida, a de seus familiares e amigos.
Tenha um lugar previsto e seguro, onde você e sua família possam se alojar.
Desconecte os aparelhos elétricos das tomadas e não utilize eletrodomésticos que tenham sido molhados: há risco de choque elétrico.
Feche o registro de água.
Não deixe crianças brincando na enxurrada ou nas águas dos córregos: elas podem ser levadas pela correnteza ou contrair doenças como hepatite e leptospirose.
PROVIDÊNCIAS A TOMAR DEPOIS DA CALAMIDADE
Enterre animais mortos e limpe escombros e lama.
Lave e desinfete objetos que tiveram contato com as águas da enchente.
Retire todo o lixo da casa e do quintal e o coloque para a limpeza pública.
Certifique-se de que seu imóvel não tem risco de desabamento.
Ao movimentar objetos, móveis e utensílios, tenha cuidado com aranhas, cobras e ratos.
Nunca beba água de enchente ou coma alimentos que estavam em contato com essa água.
CUIDADOS NECESSÁRIOS COM A ÁGUA
Água para consumo humano
Pode ser fervida ou tratada com água sanitária, na proporção de duas gotas para um litro de água, ou tratada com hipoclorito de sódio, na proporção de uma gota para um litro de água. Nos dois casos, deixar em repouso por 30 minutos para desinfetar.
Água para limpeza e desinfecção
Deve ter um litro de hipoclorito de sódio para 20 litros de água ou um litro de água sanitária para cinco litros de água.3607
OBRIGAÇÕES DO PODER PÚBLICO E PARTICIPAÇÃO DA COMUNIDADE
Prevenção é a palavra-chave quando o assunto é enchente, pois grande parte dos recursos para cobrir prejuízos é pública, ou seja, vem dos impostos pagos pela população. As ações da Defesa Civil têm recursos previstos no Orçamento da União e nos dos estados e municípios.
O Fundo Especial para Calamidades Públicas (Funcap) é outro instrumento financeiro de resposta aos desastres. A Sedec recomenda que fundos estaduais e municipais semelhantes sejam instituídos.
A política nacional de defesa civil prevê – por meio do Sistema Nacional de Defesa Civil (Sindec), composto de órgãos federais, estaduais e municipais – a recuperação socioeconômica de áreas afetadas por desastres. Entre as ações, está a recolocação populacional e a construção de moradias para populações de baixa renda. O Sindec deve fornecer cestas básicas de materiais de construção. Cabe à comunidade participar do mutirão de obras. O poder público é responsável também pela recuperação da infraestrutura de serviços públicos e dos ecossistemas.
Dois órgãos são essenciais nas ações de prevenção a enchentes em um município. A coordenadoria municipal de defesa civil (Comdec) é responsável pela execução, coordenação e mobilização de todas as ações de defesa civil no município. Sua principal atribuição é conhecer e identificar os riscos de desastres no município, preparando a população para enfrentá-los com a elaboração de planos específicos. Cabe ao prefeito determinar a criação de uma Comdec, mas a iniciativa pode partir das autoridades locais ou dos cidadãos.

Também é necessária a participação da comunidade nas atividades de defesa civil por meio dos núcleos comunitários de defesa civil (Nudecs), grupos comunitários que trabalham de forma voluntária. A instalação dos Nudecs é prioritária em áreas de risco e preparam a comunidade local a dar pronta resposta aos desastres.3608
O QUE A PREFEITURA PRECISA FAZER PARA EVITAR AS INUNDAÇÕES
Elaborar o plano diretor de desenvolvimento municipal, identificando áreas de risco e estabelecendo regras de assentamento da população. Pela Constituição, esse plano é obrigatório para municípios com mais de 20 mil habitantes.
Fiscalizar as áreas de risco, evitando o assentamento perigoso.
Aplicar multas, quando o morador não atender às recomendações.
Elaborar plano de evacuação com sistema de alarme. Todo morador deve saber o que e como fazer para não ser atingido.
Indicar que áreas são seguras para construção, com base no zoneamento.
MEDIDAS DE PREVENÇÃO QUE DEPENDEM DE TODO CIDADÃO
Não jogue lixo em terrenos baldios ou na rua.
Não jogue sedimentos, troncos, móveis, materiais e lixo nos rios, pois afetam o curso desses.
Ao realizar uma obra, certifique-se de que os resíduos serão depositados em locais adequados.
Não jogue lixo nos bueiros.
Limpe o telhado e as canaletas de água.
Não construa próximo a córregos.
Não construa em cima ou embaixo de barrancos.
O QUE É?
Situação de emergência Reconhecimento legal pelo poder público de situação anormal provocada por desastres, causando danos suportáveis e superáveis pela comunidade afetada.
Estado de calamidade pública Reconhecimento legal pelo poder público de situação anormal provocada por desastres, causando sérios danos à comunidade afetada, inclusive à vida de seus integrantes.
*Ambas as declarações são feitas por decreto pelo governador do Distrito Federal ou prefeito municipal.
Fonte: www.senado.gov.br

ENCHENTES - VAMOS REFLETIR E COLABORAR

Todos os anos é a mesma coisa na época das chuvas de verão. As regiões metropolitanas das grandes cidades enfrentam as enchentes que desabrigam milhares de pessoas, além de ferir e até matar outras tantas. Normalmente os maiores prejudicados são as pessoas pobres da periferia que não possuem condições seguras e ideais de moradia, estando a mercê das precárias condições urbanísticas da cidade.
As enchentes são calamidades naturais ou não que ocorrem quando um leito natural recebe um volume de água superior ao que pode comportar resultando em transbordamentos. Pode ocorrer em lagos, rios, córregos, mares e oceanos devido a chuvas fortes e contínuas. São consideradas, entre as catástrofes naturais, as que mais danos causam à saúde da população e ao patrimônio, com elevada morbimortalidade, em decorrência do efeito direto das inundações e das doenças infecciosas secundárias aos transtornos nos sistemas de água e saneamento.
Com a chegada da estação das chuvas, cresce a preocupação sobre o aparecimento de doenças, sobretudo as transmitidas por água, alimentos, vetores, reservatórios
e animais peçonhentos. Este fato gera a necessidade de intensificação das ações de vigilância em saúde de forma oportuna, coordenada e articulada com outros setores e com base em dados para a tomada de decisões.
As enchentes, nos dias de hoje, são resultado de um longo processo de modificação e desestabilização da natureza por forças humanas, que acompanha o crescimento rápido e não planejado da maior parte das cidades.
Antigamente, as várzeas (margens dos rios) faziam o controle natural da água. O solo ribeirinho era preparado para ser inundado nas épocas de cheia, absorvia boa parte da água que transbordava e utilizava seus nutrientes. Hoje, quase todas as várzeas nas áreas urbanas se encontram ocupadas. Também uma imensa área às margens dos rios foi impermeabilizada pelo concreto, o que aumenta o volume de água a ser escoado.
Em áreas rurais ocorre com menos freqüência, pois o solo bem como a vegetação se compromete a fazer a evacuação da água pela sucção da mesma provocando menores prejuízos. Normalmente ocorre com menos força não atingindo consideráveis alturas que provocariam a perda de alimentos armazenados, de máquinas e outros objetos. Já nas áreas urbanas, ocorre com maior freqüência e força trazendo grandes prejuízos. Acontece pela interferência humana deixando assim de ser uma calamidade natural. A interferência humana ocorre em vários estágios começando pela fundação de cidades em limites de rios, pelas alterações realizadas em bacias hidrográficas, pelas construções mal projetadas de diques, bueiros e outros responsáveis pela evacuação das águas e ainda pelo depósito errôneo de lixo em vias públicas que, com a força das águas, são arrastados causando o entupimento dos locais de escoamento de água (bueiros e galerias).

Principais causas das enchentes:
Alto índice pluviométrico da região
Desmatamento
Assoreamento do leito dos rios
Retificação dos rios. Na natureza, os rios com considerável volume de água são curvilíneos, ou seja, caminham como uma serpente. Esse trajeto diminui de forma considerável a velocidade da água. Retificá-lo significa aumentar sua velocidade, o que agrava a situação nos pontos de estrangulamento (conversão de águas)
Alto grau de impermeabilização do solo pela malha asfáltica e de concreto
Ocupação desordenada e crescimento populacional de migrantes
Alto grau de pobreza da periferia da cidade, o que impossibilita as pessoas terem recursos para destinar o lixo, por exemplo
Falta de consciência e educação ambiental dos administradores e da população em geral
Omissão do Poder Público na gestão urbana e falta de saneamento básico adequado.
As enchentes, na maioria das vezes, ocorrem como conseqüência da ação humana.

Das dificuldades que uma enchente provoca podemos destacar:
Perda de vidas
Abandono dos lares inundados
Perda de materiais, objetos e móveis encharcados ou arrastados pelas águas
Contaminação da água por produtos tóxicos
Contaminação da água com agentes patológicos que provocam doenças como amebíase, cólera, febre amarela, hepatite A, malária, poliomielite, salmonelose, teníase, leptospirose, entre outras
Contaminação de alimentos pelos mesmos agentes patológicos acima citados
Interrupção da atividade econômica das áreas inundadas.
As áreas urbanas são mais propícias a enchentes porque o solo dessas regiões são impedidos pelo asfalto e outros tipos de pavimentações de absorverem a água e também pela falta de vegetação ou pouca vegetação que contribui com a absorção da água.
Podemos destacar as duas principais formas de inundações:
Inundações de áreas ribeirinhas
Os rios geralmente possuem dois leitos, o leito menor onde a água escoa na maioria do tempo e o leito maior, que é inundado em média a cada 2 anos. O impacto devido à inundação ocorre quando a população ocupa o leito maior do rio, ficando sujeita às enchentes;
Inundações devido à urbanização
As enchentes aumentam a sua freqüência e magnitude devido à ocupação do solo com superfícies impermeáveis e rede de condutos de escoamentos. O desenvolvimento urbano pode também produzir obstruções ao escoamento como aterros e pontes, drenagens inadequadas e obstruções ao escoamento junto a condutos e assoreamentos. Ocorrem, principalmente, pelo processo natural no qual o rio ocupa o seu leito maior, de acordo com os eventos chuvosos extremos, em média com tempo de retorno superior a dois anos (ultimamente este tempo tem diminuído). Normalmente ocorre em grandes bacias (> 500 km2), sendo decorrência de processo natural do ciclo hidrológico. Os impactos sobre a população são causados, principalmente, pela ocupação inadequada do espaço urbano. Essas condições ocorrem, em geral, devido às seguintes ações: como, a existência de loteamentos em áreas de risco de inundação; invasão de áreas ribeirinhas principalmente pela população de baixa renda; ocupação de áreas de médio risco, que são atingidas com freqüência menor, mas que quando o são, sofrem prejuízos significativos.
Para impedir ou diminuir os efeitos das enchentes e que inúmeras famílias percam seus patrimônios, pode-se construir barragens e reservatórios em áreas de maior risco, bueiros, diques e piscinões espalhados pela cidade com sua abertura protegida para impedir a entrada de resíduos sólidos, além de se promover a conscientização da população para que não deposite lixo nas vias públicas e leitos de rios, lagos e represas. Outras ações também são importantes para se minimizar os efeitos das enchentes, entre elas a regulamentação e fiscalização por meio do poder público do uso do solo, limitando a ocupação de áreas inundáveis a usos que não impeçam o armazenamento natural da água pelo solo e que sofram pequenos danos em caso de inundação. Esse zoneamento pode ser utilizado para promover usos produtivos e menos sujeitos a danos, permitindo a manutenção de áreas de uso social, como áreas livres no centro das cidades, reflorestamento, e certos tipos de uso recreacional.
Resumindo, para minimizar o problema:
Manutenção das áreas verdes existentes e preservação das áreas de preservação permanente
Criação de novas áreas verdes para aumentar a permeabilização
Construir represas, diques e piscinões, substituindo uma das funções das antigas várzeas, que é aliviar o quadro de inundações nos picos de cheia. Essas estruturas captam a água que ficaria empoçada na cidade, despejando-a pouco a pouco nos rios
Assistir a grande massa de pobres da periferia, melhorando o saneamento básico e garantindo a coleta de resíduos sólidos
Implementar programa de limpeza intensiva de bueiros e galerias entupidos com lixo jogado pela própria população
Estimular a educação ambiental nos órgãos públicos, entidades particulares e escolas
Estreitar o relacionamento entre o Poder Público e as associações de bairro
Levantar e definir os locais problemáticos em termos de enchentes e criar mecanismos técnicos mais eficazes para a vazão da água
Elaborar o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e o Plano Diretor de Drenagem Urbana, estabelecendo os índices de ocupação do solo e os parâmetros para a macrodrenagem urbana
Elaborar e implementar plano de contingência e programa de combate a inundações
Impedir o acesso de carros e pessoas nos locais críticos nos momentos de grandes precipitações pluviométricas
Manter o Poder Público em sintonia com o serviço de meteorologia.Fonte: www.vivaterra.org.br

sábado, 22 de outubro de 2011

VIDA E SAÚDE

Vida e Saúde são inseparáveis

É intuitivamente óbvio que Vida e Saúde são inseparáveis. O que interessa à Saúde deve fazer parte de qualquer conceituação de Qualidade de Vida. Principalmente para os idosos. Saúde é uma dimensão muito importante para a qualidade de vida dos idosos. Ter boa saúde é um fator determinante de boa qualidade de vida para os mais velhos. A longevidade trouxe alterações nos padrões de saúde de todos os países, com aumento da prevalência das condições crônicas, mudando, assim, o perfil de morbi-mortalidade. Nessa situação de prevalência aumentada de doenças crônicas, o principal objetivo das condutas e políticas de saúde não é mais a cura e, sim, a manutenção de boa qualidade de vida. Nos dias de hoje, os resultados das condutas e tratamentos devem ser avaliados através de variáveis subjetivas, que incorporem as percepções dos indivíduos em relação a seu bem-estar (Alleyne GAO, 2001).

Assim, a longevidade trouxe uma preocupação crescente entre os profissionais de saúde, bem como entre os leigos, de que o objetivo último da medicina e do cuidado em saúde não pode ser, simplesmente, a cura da doença e a prevenção da morte (Nordenfelt, 1994). Vários fatores têm contribuído para essa preocupação. Um muito importante é o progresso tecnológico da medicina. Muitas vezes, a tecnologia usada em Unidades de Terapia Intensiva tem possibilitado salvar, ou, pelo menos, prolongar inúmeras vidas, que, antes, sem tal tecnologia, chegariam ao fim. Mas, a vida que tem sido prolongada pode, em muitos casos, ser uma vida com muita dor e incapacidade, ou uma vida destituída de dignidade (Nordenfelt, 1994).

Devemos perguntar-nos: precisamos manter a vida a qualquer custo? “Os pacientes querem viver, não meramente sobreviver” (McDowell; Newell, 1996). A tecnologia é desejada e desejável e tem o seu lugar; quão importante tem sido, para melhorar a vida de tantos doentes. Mas, naquelas pessoas que estão vivendo o que pode ser considerado os seus últimos dias, o uso de tecnologia sofisticada, mantenedora da vida, muitas vezes coloca em risco a manutenção de uma boa qualidade de vida. Temos de garantir a boa qualidade de nossa morte.

Prover cuidado de máxima tecnologia, não significa assegurar uma vida com boa qualidade, em muitos casos. É preciso levar dignidade aos dias finais. Mais que viver a mais, as pessoas precisam e desejam ser cercadas de carinho e atenção, precisam e desejam ser amadas, precisam e desejam ser respeitadas quanto à sua autonomia e sofrer o menos possível, pois a vida tem de ser digna.

Não podemos esquecer-nos que saúde é apenas um dos aspectos da vida. Mesmo quando a integridade corporal está comprometida, a vida pode ser de ótima qualidade. Todos encontramos indivíduos que nos surpreendem com sua satisfação e alegria de viver, sua serenidade, seu senso de controle pessoal, seu estado de espírito, sua vontade de viver, sua competência comportamental, sua auto-estima, sua inserção familiar e social, sua maneira de encarar a vida, o sentido que deram às suas vidas, o significado que suas vidas representam para os outros e que, por outro lado, não estão íntegros do ponto de vista corporal (Alleyne GAO, 2001).

Mais importante, qualidade de vida se relaciona ao significado que a vida de alguém tem para os outros; uma vida de boa qualidade pode ser aquela em que há benefício para os demais. O “fazer o bem aos outros”, despretenciosamente, sem segundas intenções, melhora a vida do benfeitor, dá sentido à sua vida.

Para muitos, para ser possuidor de boa qualidade de vida, há necessidade de também possuir muitos bens materiais; quanto mais posse, melhor a qualidade de vida. É evidente que os bens materiais têm importância. Existe um patamar material mínimo, para se falar em boa qualidade de vida: seria a satisfação das necessidades mais elementares da vida humana. Alimentação, moradia, trabalho, educação, transporte, saúde, lazer, acesso a água potável, saneamento básico, respeito e dignidade são necessidades elementares. Para cada uma destas, há um nível minimamente aceitável. Abaixo dele, temos exclusão social; acima dele, cidadania.

A sociedade tem de garantir a todos os seus cidadãos um nível mínimo de vida, um padrão de vida dentro do patamar de inclusão. Amartya Sen faz-nos refletir sobre o desenvolvimento e bem-estar humanos (Crocker D, 1993): “Os bens materiais são valiosos, quando contribuem para o desenvolvimento humano; são eticamente básicos para o bem-estar e um bom padrão de vida dos seres humanos. O desenvolvimento humano não ocorre sem prosperidade material. As pessoas sequer podem ser, para não falar em ter uma boa vida ou bem-estar, se não dispõem de certos bens.

As pessoas podem sofrer de graves privações e, mesmo assim, serem cheias de alegria. Se não esperam muito da vida, podem ter enorme contentamento com quaisquer pequenas mercês que surjam para elas”. O pior é que “os muito pobres ajustam suas aspirações e desejos ao pouco que é possível”. Um prato de comida para aquele que está morrendo de fome é a melhor coisa que poderia acontecer para sua vida naquele momento. Mas, isto é boa qualidade de vida? Esmolas melhoram a vida de quem? “É evidente que pessoas abaixo dos patamares minimamente aceitáveis de inclusão social, carentes do mínimo necessário para a sobrevivência, dificilmente poderão atingir graus satisfatórios de bem-estar.” Não é impossível, mas, extremamente difícil.

Avaliações de qualidade de vida vêm sendo incorporadas às práticas do setor Saúde cada vez mais. Nos últimos trinta anos, Qualidade de Vida tem emergido como um atributo importante da investigação clínica e da formulação de políticas de saúde. Exemplo disto é a expansão de seu uso em ensaios clínicos e na avaliação do impacto das políticas implementadas. Qualidade de vida tem sido usada, para distinguir diferentes pacientes ou grupos de pacientes e avaliar intervenções terapêuticas.

Tradicionalmente, o atendimento médico era focalizado no diagnóstico e tratamento e o resultado era medido através de indicadores objetivos: morbidade e mortalidade. Nessas últimas décadas, este enfoque tem mudado e o resultado das condutas médicas tem sido avaliado, também, através de variáveis subjetivas, que incorporam as percepções dos pacientes em relação ao seu bem-estar e à sua qualidade de vida. Fala-se de vida e de qualidade! O dono da vida deve ter participação ativa na avaliação do que é melhor e mais significativo para ele; o dono da vida é quem define o padrão de qualidade.

Como o envelhecimento é uma experiência heterogênea, cada indivíduo pautará sua vida de acordo com padrões, normas, expectativas, desejos, valores e princípios diferentes. Há, assim, necessidade de instrumentos multidimensionais, sensíveis à grande variabilidade dessa população. Esses instrumentos devem considerar as especificidades dessa faixa etária, pois que, em virtude de seus valores e experiências de vida, os idosos diferem dos mais jovens. Além disso, fatores relacionados à idade afetam a saúde, dimensão importantíssima para a qualidade de vida na velhice. É também nessa fase da vida que ocorrem diversas situações sociais (aposentadoria, viuvez, dependência, perda de autonomia e de papéis sociais, diminuição da rede social de apoio e outras mais), colocando obstáculos a uma vida de melhor qualidade. Todos são fatores que aumentam a complexidade da mensuração da qualidade de vida das pessoas idosas (Paschoal, 2002).

Importância de se avaliar qualidade de vida na população idosa

“Sem dentes, sem visão, sem paladar, sem nada.”
(As you like it, Act II, Sc.2 - Shakespeare)

Fallowfield (1990), em sua importante revisão sobre qualidade de vida, cita Shakespeare, para mostrar a importância de se estudar a qualidade de vida de idosos. Apesar do quadro desanimador, através do qual o dramaturgo inglês descreve a velhice, a situação pode ser ainda pior, pois Shakespeare se deteve, apenas, na deterioração física. Fallowfield diz: “Para muitos idosos poderíamos também acrescentar: sem auto-estima, sem eficácia pessoal, sem amor, sem companhia, sem suporte social...Todos, mesmo os mais independentes, precisamos de afeto, de sermos amados, cuidados, estimados e valorizados e de termos a sensação de estarmos ligados a uma rede de comunicação e de obrigações mútuas. Sem estes suportes, muitos idosos experimentam impotência psicológica, levando a um estado de abandono e desesperança...”.

Portanto, se o estudo e a avaliação da Qualidade de Vida têm mostrado sua importância em vários segmentos e disciplinas, eles se revelam também importantes para a população idosa.

Grimley-Evans (1992), afirmando que o objetivo principal da vida humana é a busca da felicidade, argumenta que “saúde é valiosa à medida que promove felicidade; longevidade é valiosa à medida que oferece oportunidades continuadas para a felicidade”. Ele quer introduzir-nos na preocupação de transformar a sobrevida aumentada do ser humano numa etapa significativa da vida. Mas, apesar do consenso de que qualidade de vida é uma medida de resultado bastante adequada para pessoas idosas e da suposição de que elas estão mais interessadas na qualidade que no tamanho da sobrevida, ele discorda. Para ele, “essa hipótese pode ser, parcialmente, uma projeção inadequada das idéias de pessoas mais jovens, prestes a envelhecer”. Ele está preocupado com a aplicação, pura e simples, em idosos, de questionários elaborados para a população geral.

Diz mais: “algumas características da velhice tornam os idosos particularmente suscetíveis a perigos do uso acrítico de medidas de qualidade de vida”. Cita ele a perda da adaptabilidade biológica associada ao envelhecimento, com redução das reservas fisiológicas de todos os órgãos e sistemas, o que muda a capacidade de manter a homeostasia do meio interno, diferentemente do que ocorre com os jovens. Há, também, redução da adaptabilidade social, ocasionada pela aposentadoria e perda de poder aquisitivo, além do isolamento social devido à perda de familiares e amigos, reduzindo o suporte social.

Existe um desnível cultural entre jovens e velhos nas sociedades contemporâneas em constante transformação, em que os juízos e valores dos jovens podem ser estranhos aos idosos, nascidos e criados em outro contexto cultural e tecnológico; assim, os mais velhos podem não se familiarizar com conceitos e situações que os jovens enfrentam sem dificuldade.

Além disto, as sociedades ocidentais incorporaram vários preconceitos, que dificultam a vida dos idosos, como estes: a) os valores dos idosos são, necessariamente, antiquados e, dessa forma, são inferiores; b) os idosos são menos habilidosos, para fazer julgamentos e críticas; c) têm menor valor que os jovens e, por isso, precisam de menor atenção; d) a capacidade de desfrutar dos prazeres da vida diminui inevitavelmente à medida que se envelhece. O pior, continua ele, é que os próprios idosos incorporam alguns desses preconceitos e podem, muito facilmente, se subvalorizar, ou cair naquilo que eles acreditam que se espera deles. Outra característica é a enorme variabilidade do processo de envelhecimento, o que torna a heterogeneidade dos idosos maior que a dos jovens; por causa disto, para a população mais velha, haverá maiores injustiças e manuseio inapropriado, se a escolha dos cuidados se basear na média. Por fim, em razão das características citadas, os idosos são mais suscetíveis a influências ambientais imediatas (guerras, catástrofes, migração etc.).

Em seguida, Grimley-Evans levanta alguns problemas na aplicação de questionários existentes para avaliação da qualidade de vida de pessoas dessa faixa etária. Diz que se deve suspeitar de que os idosos terão mais dificuldade de trabalhar conceitos de probabilidade, ao tomar decisões, diferentemente dos jovens. Discute se isto é efeito do envelhecimento ou é efeito de coorte. De qualquer forma, pode dificultar na hora de se aplicar um questionário. Cita o trabalho de O’Connor (1989) que mostra que idosos tendem a inventar nas respostas a questionários e entrevistas, mais que jovens. Critica o uso de medidas que foram validadas em estudos de prevalência e são aplicadas em estudos de intervenção. Alerta para a tendência bem conhecida, por parte dos idosos, de avaliação otimista de seu estado de saúde e de seu bem-estar.

Levanta a dúvida do direito do pesquisador ou profissional de saúde de intervir, para melhorar uma situação, por saberem que pode ser melhorada, apesar dos idosos relatarem satisfação com aquela mesma situação. Pergunta, sem oferecer resposta: “se eles estão contentes com um estado funcional mais precário e são mais dependentes do que poderiam ser, os profissionais e todas as demais pessoas têm a obrigação de cooperar para uma melhora, que julgam ser possível?”. Termina dizendo do perigo de se chegar a uma desilusão com os instrumentos de medida inadequadamente avaliados, o que levará ao descrédito da abordagem como um todo.

Em outro estudo, Williams (1996) tece considerações semelhantes às de Grimley-Evans. Diz: “fatores, que parecem ser opcionais nos primeiros anos de vida, tornam-se críticos, na velhice, para manutenção da integridade, independência e autonomia de uma pessoa; é como se fosse uma questão de vida ou morte”. Passa a comentar alguns deles. Primeiro, diz que existem grandes diferenças individuais entre os idosos, mais que em qualquer outro grupo etário; são diferenças em quase todos os tipos de características, as físicas, mentais, psicológicas, condições de saúde e sócio-econômicas, o que torna as conclusões a respeito da qualidade da vida e do cuidado necessário altamente individualizadas.

Esse envelhecimento heterogêneo leva a duas situações-limite. Muitos idosos podem permanecer bastante saudáveis e com boa habilidade funcional até anos tardios, podendo manter estáveis suas características físicas, mentais, de personalidade e sociais; se há hábitos e estilos de vida saudáveis e na ausência de uma doença importante, haverá adaptabilidade e reserva funcional suficientes para a maioria das atividades. Por outro lado, os idosos podem adquirir incapacidades em qualquer dos domínios citados (físico, mental, psicológico, condições de saúde e sócio-econômico) e isto pode não ser passível de recuperação; as condições crônico-degenerativas, progressivamente mais prevalentes, vão levando a incapacidades, minando as reservas funcionais e levando à deterioração funcional; é verdade que adaptações podem se feitas (terapia ocupacional, p. ex.), modificações do meio-ambiente também (acessibilidade, p. ex.), além de reabilitação e uso de próteses e órteses, restaurando e compensando as perdas funcionais.

Podem continuar ativos em seu meio, contribuindo para o bem-estar de si, de sua família e da sociedade; não necessariamente se tornam um ônus, podendo assumir inúmeros papéis sociais na comunidade. Mas, podem necessitar do cuidado de outras pessoas, pois o envelhecimento funcional, inexorável e universal, aumenta a proporção, à medida que os anos passam, dos que necessitam de alguma ajuda, para desempenhar as atividades do dia-a-dia; o grau de dependência é muito variável, desde os que não precisam de nenhuma ajuda até os que são totalmente dependentes; na situação de dependência, o grande desafio é saber respeitar a individualidade e a autonomia da pessoa. É disso tudo que deriva a preocupação das pessoas idosas de terem como objetivo a manutenção de autonomia e do máximo de independência possível, em todos os domínios de sua vida.

Pelo menos em nosso país, estereótipos da velhice comprometem a possibilidade de uma qualidade de vida melhor. Em nosso meio, velhice está associada a perda, incapacidade, dependência, impotência, decrepitude, doença, desajuste social, baixos rendimentos, solidão, viuvez, cidadania de segunda classe e assim por diante; idoso é chato, rabujento, implicante, triste, demente, oneroso. Generaliza-se características de alguns idosos. Tal visão estereotipada, aliada à dificuldade de se distinguir entre envelhecimento normal e patológico, senescência e senilidade, leva à negação da velhice, ou à negligência de suas necessidades, vontades e desejos.

Ory; Cox (1994) também analisam na mesma direção, embora falando de uma sociedade mais desenvolvida como a norte-americana; afirmam que as pessoas idosas tendem a ignorar sintomas (tristeza, dor, cansaço), ou os sintomas são ignorados pelos profissionais de saúde. Mostra a nossa experiência que muitos profissionais tentam explicar os sintomas ou as queixas trazidos pelos idosos, como fazendo parte do processo natural do envelhecimento, o que leva a omissão e negligência, impedindo tratamento, reabilitação, adaptação, melhoria, cura (“isto é próprio da idade”).

Assim, os estereótipos, a confusão entre envelhecimento normal e patológico e a desatenção aos sintomas retardam ou impedem condutas e tratamentos, o que pode ter conseqüências negativas, para a vida e sua qualidade. Como exemplo, muitas idosas não se queixam de incontinência urinária, ou por vergonha, ou por acharem “normal” e se “acostumarem à urina solta”, apesar de incontinência ser causa de isolamento social e, secundariamente, de depressão. A própria depressão, extremamente prevalente entre os idosos e causa de grande sofrimento humano, é subtratada, ou, o que é pior, não diagnosticada, porque existe o preconceito de que “os idosos são um pouco tristes mesmo”.

Como procuramos demonstrar, características do envelhecimento e o contexto sócio-cultural tornam mais complicada a aferição da qualidade de vida dessa faixa etária. Fallowfield (1990), numa tentativa sintetizadora, mas que exemplifica bem essa complicação, diz que há muitos eventos vitais relacionados à idade, que provocam problemas psico-sociais; destes, “três concomitantes maiores da velhice afetam profundamente a qualidade de vida: deterioração física e mental, aposentadoria e luto”. Para Bowling (1995), aferir qualidade de vida é muito complexo e “os domínios que requerem medida entre os idosos incluem os problemas de saúde, que podem levar à incapacidade e invalidez, saúde mental, habilidade funcional, estado geral de saúde, satisfação de vida, estado de espírito, controle (autonomia) e suporte social”.

Isto mostra a enorme variedade de dimensões a serem aferidas numa avaliação de qualidade de vida de idosos. Portanto, há necessidade de instrumentos multidimensionais, que possam captar a enorme variabilidade dos diferentes grupos de idosos. Esses instrumentos devem considerar as especificidades dessa faixa etária, pois as populações idosas, em virtude de seus valores e experiências de vida, diferem dos grupos etários mais jovens; além disto, fatores relacionados à idade afetam a saúde, dimensão importantíssima para a qualidade de vida na velhice, e diversas situações sociais (aposentadoria, viuvez, dependência, perda de autonomia e de papéis sociais, dentre outras) colocam obstáculos a uma vida de melhor qualidade. Todos são fatores que aumentam a complexidade da mensuração da qualidade de vida das pessoas idosas., não podendo nos esquecer da advertência de Fletcher (1992), para quem o perigo é avaliar, apenas, “como o idoso se adapta a ser velho”.

Conceituar qualidade de vida não é tarefa das mais fáceis. Estimá-la, medi-la, compará-la, menos ainda. No entanto, devido à importância que hoje se atribui a ela, tanto para avaliação de resultados, condutas, tratamentos e políticas, quanto para avaliação de atendimento e serviços, um número muito grande de instrumentos de qualidade de vida está disponível, alguns gerais, que tentam analisar todas as dimensões da nossa vida, outros, específicos para determinados procedimentos ou patologias. Mas, poucos foram desenvolvidos tendo como alvo a população idosa. Quando há necessidade de se avaliar em idosos, aplicam-se, geralmente, instrumentos de uso universal, construídos e validados em populações de outras faixas etárias e aplicados em qualquer grupo populacional.

Dada a multidimensionalidade do constructo Qualidade de Vida na Velhice, em pesquisa recente, entrevistando 193 idosos da cidade de São Paulo, divididos em quatro grupos (A – doentes, de um ambulatório de Geriatria; B - saudáveis, pertencentes a grupos de terceira idade; C – doentes, com dificuldade de sair de casa; D - saudáveis, praticantes de atividade física regular), foram definidas oito dimensões extremamente relevantes para a qualidade de vida de idosos. São elas: Saúde Física, Capacidade Funcional/Autonomia, Psicológica, Social/Família, Econômica, Espiritualidade/Transcendência, Hábitos/Estilos de Vida e Meio Ambiente (Paschoal, 2004).

Devido às peculiaridades do envelhecimento e, em particular, da situação da velhice no Brasil, aliadas ao restrito número de instrumentos específicos para essa população, há necessidade de se construir um instrumento de avaliação de qualidade de vida de idosos brasileiros, instrumento que reflita seus anseios, desejos, expectativas, necessidades, medos, valores e princípios.

Realizar tarefa tão importante significa superar todas as dificuldades de um país em desenvolvimento, que tem problemas estruturais, organizacionais e políticos de monta e que, até três décadas atrás, se dizia “país de jovens”, mas que sofreu, nessas mesmas três décadas, um envelhecimento populacional rápido.

Cidade e qualidade de vida

Nossa busca de endeusamento e imortalidade se reflete na babel ou confusão reinante em nossas cidades
Frei Betto
Se considerarmos que o ser humano surgiu há cerca de 200 mil anos, a cidade é uma invenção relativamente recente. Durante milênios nossos ancestrais viveram como nômades coletores e, aos poucos, as técnicas de reprodução dos alimentos os fixaram como agricultores e pecuaristas. Havia, naquele longo período – como ainda hoje nas comunidades indígenas tribalizadas – relação direta, e até venerável, entre o ser humano e a natureza. Nossos antepassados se alimentavam sem alterar ecossistemas, biomas, biodiversidade.
Essa relação se altera com o advento das cidades. E um dos relatos mais significativos de como isso ocorreu é o episódio bíblico da Torre de Babel (Gênesis 11, 1-9), joia literária em menos de dez versículos.
Babel é semantema de Babilônia. Deriva da raiz hebraica “bil”, que significa “confundir”. Narra o texto bíblico que Javé, ao observar Babel, convenceu-se de que os humanos se fechavam em seus próprios e ambiciosos projetos, deixando de acolher os desígnios divinos. “Isso é o começo de suas iniciativas!” – disse o Senhor. “Agora nenhum projeto será irrealizável para eles.”
Segundo o autor bíblico, após o Dilúvio “todos se serviam da mesma língua e das mesmas palavras.” Não havia diversidade de enfoques e opiniões. O ponto de vista de um – o cacique, o chefe do clã, enfim, o poderoso -, era o ponto de vista de todos. E a atividade agropastoril igualava as pessoas.
A invenção do tijolo e da argamassa provoca um movimento migratório do campo para a urbe. Os humanos decidem “construir uma cidade” – Babel.
O versículo 4 registra as propostas de construção da cidade e da torre, e destaca o principal motivo de tal empreitada: “Para ficarmos famosos e não nos dispersarmos pela face da Terra.” Não se tratava de obter felicidade, bem-estar, bênçãos divinas. Importava a fama, possuir um nome sobreposto aos demais, e permanecer segregado, seguro.
A revolução tecnológica representada pelo tijolo (insuperado até hoje) imprime aos humanos a consciência de que não estão mais condicionados pela natureza. A relação se inverte. Agora é o ser humano que condiciona a natureza. Transforma-a em artefato.
Desprendido do ciclo da natureza, o ser humano já não funda sua identidade nos vínculos comunitários da sociedade agrária. Sua consciência se personaliza, ele se torna senhor do próprio destino, livre das mutações ecológicas que antes criavam nele a sensação de fatalidade e de temporalidade cíclica.
Tais avanços enchem os humanos de orgulho. Não satisfeitos de “construir a cidade”, decidem abrir a “porta do deus”, ou seja, erguer “uma torre cujo ápice penetre nos céus”. Aqui o relato expressa duas ambições: a de edificar uma montanha artificial (a torre), repositório da divindade, e a de “penetrar nos céus”, quebrar o limite entre o humano e o divino, o profano e o sagrado, a Terra e o Céu. Já não é a divindade que desce à Terra, é o ser humano que invade o Céu, graças à obra de suas mãos.
Antes que a soberba humana se inflasse ainda mais, Javé confundiu a linguagem dos habitantes de Babel e os dispersou. “Eles cessaram de construir a cidade.” Portanto, Babel não foi maldição. Foi dádiva. Delimitou a ambição humana e revelou ser obra de Deus a diversidade de pontos de vista e opiniões, contrária à identificação entre autoridade e verdade.
Toda essa sabedoria explica a arrogância decorrente, ainda hoje, de avanços científicos e tecnológicos. Queremos ser deuses. Nossa busca de endeusamento e imortalidade se reflete na babel ou confusão reinante em nossas cidades. Não pensamos no comunitário ou coletivo, pensamos no individual e no lucrativo.
Assim, nos gabamos de que o Brasil vendeu, em 2010, mais de 3 milhões de veículos automotores, embora isso agrave a congestão metropolitana, a poluição, os acidentes, pela impossibilidade de fiscalizar tantos veículos e abrir tantos espaços urbanos para que se locomovam e estacionem. Não se investe o suficiente em transportes coletivos, assim como não se planeja o espaço urbano, alvo de especulação imobiliária e vulnerável a fenômenos climáticos decorrentes de desequilíbrios ambientais, o que causa enchentes, desabamentos e secas prolongadas.
Hoje em dia, ganha cada vez mais espaço a proposta de bem viver dos povos indígenas andinos, conhecida como sumak kawsay. Sumak significa plenitude e kawsay viver. Não se trata de viver melhor ou viver cercado de conforto. Trata-se de viver em plenitude.
Plenitude implica fazer da felicidade um projeto comunitário, coletivo. É saber construir relações de solidariedade, não de competição; de harmonia, não de hostilidade; e estabelecer com a natureza vínculos de parceria cuidadosa.
Para a sociedade capitalista, a natureza é objeto de propriedade e temos o direito de explorá-la e até destruí-la em função de nossas ambições. O capitalismo se norteia pelo paradigma riqueza-pobreza, enquanto o sumak kawsay rompe esse dualismo para introduzir a de sociabilidade e de sustentabilidade, bases fundamentais de um projeto civilizatório. Fora disso, caminharemos para a barbárie.
Frei Betto é escritor, autor, com Marcelo Barros, de “O amor fecunda o Universo (ecologia e espiritualidade” (Agir), entre outros livros.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

NOVA TECNOLOGIA DE COMBATE À DENGUE

Uma tecnologia de combate à dengue desenvolvida pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) reduziu em 50% os casos da doença em 20 municípios mineiros onde foi implementada. A UFMG fez o levantamento com base em dados oficiais do Estado, que patrocinou a adoção do sistema em 2009 nessas cidades. Minas viveu em 2010 a sua mais grave epidemia de dengue, com 250 mil casos.

Responsável pelo desenvolvimento da tecnologia, batizada de MI-Dengue, Álvaro Eiras, do Departamento de Parasitologia (ICB) da UFMG, explica que o sistema usa uma espécie de arapuca para gerar dados de localização do mosquito, informando quais áreas devem ser priorizadas no controle.

Segundo ele, a ação começa com a instalação de armadilhas georreferenciadas via GPS nas áreas a serem monitoradas. Conhecidas como MosquiTrap, as "arapucas de mosquito" capturam as fêmeas adultas do inseto, impedindo que elas depositem seus ovos. A atração ocorre por meio de um líquido desenvolvido a partir do capim fermentado.

"Os próprios agentes conseguem identificar os mosquitos e enviar os dados para a central", diz Eiras. A central de processamento gera tabelas, mapas de infestação e índices entomológicos. No modelo convencional, os técnicos precisam visitar milhares de casas em busca de larvas, que ainda precisam ser analisadas em laboratório.

Eiras calcula que, para cada real investido em prevenção com a tecnologia, é gerada uma economia de R$ 11 - levando-se em conta assistência médica e perda de produção que cada caso de dengue provoca. Segundo ele, essa economia pode ultrapassar R$ 30 milhões nos 20 municípios analisados. Desde 2005, o dispositivo foi implantado em mais de 50 cidades brasileiras.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

BONSAI SOLAR CARREGA SEU CELULAR

Energia solar não dá em árvore, mas o designer francês Vivien Muller mudou esse conceito. Ele criou a Electree, uma árvore com painéis solares e entrada USB para você carregar seus gadgets.
A árvore conta com 27 painéis solares, que possibilitam encontrar luz vinda de todos os ângulos. Para passar a energia para os aparelhos ela conta com um adaptador para tomadas e uma porta USB. Com isso ela se torna capaz de carregar praticamente tudo que precisa ser carregado.
Ela tem 40 cm de altura e está em pré-venda no Ulule, mas só será fabricado se encontrar 400 compradores em 21 dias. Já existem 91 interessados, mesmo com o preço de €299. Se você for mais um querendo essa bela árvore na sua mesa.

A HISTÓRIA DAS COISAS REFLITAM !!!

Consumo colaborativo: entenda o que é e saiba como pôr em prática!

Acontece com todo mundo. Você compra um objeto qualquer, usa por um tempo e acaba encostando em algum lugar da casa e indo atrás de algo novo, produzido com mais energia e matéria prima. Acabar com esse "desperdício" é o que propõe a ideia do consumo colaborativo, que nada mais é que trocar, emprestar e comprar objetos usados. No Brasil, a ideia já se espalha, principalmente com a força da internet. Considerada por economistas como uma das mais importantes tendências futuras, nessa troca o meu e ou seu desaparecem, prevalecendo o nosso.

Numa definição com mais 'cara' de dicionário, esse tipo de consume “refere-se à expansão das práticas de compartilhamento, troca, empréstimo, intercâmbio, aluguel e doação, reinventados por meio da tecnologia de rede em uma escala e de uma maneira sem precedentes”. Mas quais são os portais que permitem esse tipo de prática? Desde junho desse ano o Brasil tem sua página dedicada ao consumo colaborativo, o DescolaAí.

Por lá, são duas as possibilidades: alugar ou trocar. Depois de cadastrado, o usuário pode, sem custos, disponibilizar produtos que serão alugados ou trocados por pessoas que necessitam deles. Dvds, VHS, Blue-Ray, video games, equipamentos esportivos, ferramentas, barracas de camping, brinquedos, livros, audiobooks, cds e vinis estão na lista do que pode ser compartilhado nessa espécie de “escambo 2.0”.

Os próprios fundadores do site, que garantem a segurança das transações, dão também as razões para participar: “você ganha dinheiro ou um objeto que deseja e ainda ajuda o planeta evitando que outros produtos sejam produzidos com extração de novos recursos naturais”. Segundo a Exame, em breve, o Descolaí vai criar eventos, em bares, cafés e restaurantes, nos quais os usuários poderão se conhecer pessoalmente e realizar empréstimos ou trocas.

E você, o que acha? Dá mesmo pra consumir de forma colaborativa? Participe e evite o consumo desnecessário! O Viva Viver apoia todas as ideias que de uma maneira ou de outra resultam em atitudes

Lixo nas cidades – O que fazer para diminuir esse problema?

Lixo nas cidades – O que fazer para diminuir esse problema?


Reutilizar e separar lixo é o básico, é o que todos devemos fazer. Mas o que mais faz parte do básico e muitas vezes anda esquecido? Pontas de cigarro, por exemplo. Vai o aviso aos fumantes: aquela pequena parte não-fumável do cigarro, conhecida como bituca ou piuba, é lixo, portanto não custa nada depositá-la num cesto por perto. Ou até mesmo na carteira de cigarro, na ausência de um. Afinal, o mundo não tem culpa por fumarmos, nem merece ser sujo porque somos um fumante que não sabe lidar com o próprio cigarro fumado.

Mas por falar em sobra, pensemos nas embalagens. Lixo dos mais variados tipos e cores, mas geralmente feitos de papel, plástico, metal ou vidro. Se um papelzinho de bala já é uma ofensa, imagine uma long-neck largada da janela de um automóvel. Estejamos atentos ao estrago que é um pequeno papelzinho jogado a cada dia por cada uma das pessoas que vivem numa cidade. Ao final de apenas um dia, numa cidade como Natal, seria algo próximo de um milhão de papelzinhos espalhados pelos quatro cantos da cidade.

Mas tomamos refrigerantes, chás e cervejas em lata, tomamos água em copos e garrafas de plástico, e onde é que vão parar essas embalagens depois de usadas? Algumas no lixo, outras no chão, nas ruas, nas calçadas, no ônibus, nas praias, no mar. Podemos ver o rastro da ignorância humana por todo lugar. Mal se inaugura uma nova loja de uma rede de fast-food num certo bairro, já começamos a encontrar frequentemente embalagens exibindo sua marca e sujando as ruas desse bairro.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

UBÁ ADOTEI


LIXO EM TROCA DE ENERGIA !!!!


A ideia, originalmente, surgiu no Ceará, em 2007. Chegou a Niterói e ao interior do Estado no ano seguinte e, há menos de um mês, está sendo implantada com sucesso no Rio. Trata-se da troca de lixo reciclável por descontos na conta de luz. Na área da Ampla, já são mais de cinqüenta mil consumidores atendidos e cerca de 1.600 toneladas de lixo recolhidas. A Light começou um projeto piloto no morro Dona Marta, mas que atende também quem mora perto do asfalto, em Botafogo e no Humaitá.
O modelo é bem simples. Basta procurar um dos pontos de troca levando a conta de luz e o material arrecadado, que pode ser papel, metal, plástico, vidro ou óleo vegetal. As operadoras pagam um preço um pouco acima do mercado para incentivar a troca do lixo. O valor da venda é creditado na conta do mês seguinte e os resíduos são encaminhados para a reciclagem. A escola de samba Mocidade Unida do Santa Marta já recolheu tanto lixo que ficará dois meses sem pagar pela energia que consome.
Aliás, pagar a conta de luz é uma das novidades que as comunidades que estão recebendo as UPPs estão tendo que enfrentar. Acostumados com os “gatos”, os moradores não se preocupavam com o consumo. Há 15 dias, um deles procurou a Light para reclamar do valor da conta e explicou que gostava de deixar o ar-condicionado ligado enquanto ia à praia, para ter a casa fresquinha na volta. Hoje, as 1.600 famílias da área estão regularizadas, o consumo caiu e o índice de inadimplência é baixo: apenas 3%.
Atualmente, são 16 postos de coleta espelhados por todo o Estado, sendo dois apenas no Rio. Mas, por conta dos resultados, a Light planeja levar o projeto para todas as áreas atendidas por UPPs o mais brevemente possível. Entusiasmada, a coordenadora do trabalho, Fernanda Mayrink, revela um sonho: “Quem sabe um dia, todas as famílias do Rio não vão poder pagar as suas contas com lixo reciclável?”. Quem sabe? Seria uma ótima meta para empresas e governos atingirem até 2016.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

POLÍTICA E EDUCAÇÃO AMBIENTAL MG

Edivânia Rosa Evangelista é natural de Viçosa-MG, onde estudou e residiu durante toda a vida. Em 1996, iniciou o curso de Engenharia Florestal na Universidade Federal de Viçosa (UFV). Durante a graduação participou de experimentos na área de melhoramento genético. Em agosto de 2001, concluiu o curso, ingressando no Programa de Pós-Graduação em Ciência Florestal, concentrando-se na área de Silvicultura – Genética e Melhoramento Florestal. Em julho de 2003, defendeu tese obtendo o título de Mestre em Ciência Florestal. Recentemente foi chefe do Departamento de Extensão e Meio Ambiente na Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente da Prefeitura Municipal de Viçosa-MG. Também é colaboradora do Conselho Municipal de Defesa e Conservação do Meio Ambiente de Viçosa (Codema). É uma das autoridades mais respeitadas na temática ambiental na Zona da Mata mineira e é a entrevistada da semana do UAI Meio Ambiente. Ela fala sobre as temáticas mais discutidas na atualidade sobre a política e a educação ambiental. Acompanhe:

UAI Meio Ambiente: Como as pequenas cidades devem lidar com o desafio de cuidar do meio ambiente com poucos recursos financeiros?

Acredito que um bom trabalho pode ser feito mesmo com poucos recursos. A base de tudo é a vontade política e a responsabilização de todos através da mudança de hábitos.

No meu entendimento, a maneira mais eficiente de obter resultados é com a implantação de programas de educação ambiental aliados a projetos básicos de preservação e recuperação que, inicialmente, não necessitam de tantos investimentos e que podem ser executados através de parcerias. Para isso os dirigentes de pequenos municípios precisam dar mais prioridade à questão ambiental e aproveitar as vantagens geográficas e populacionais de que dispõem, encarando as melhorias ambientais como fatores importantes para a qualidade de vida da população.

UAI Meio Ambiente: Qual é o papel das secretarias municipais de meio ambiente para colocar na mesma balança desenvolvimento econômico e conservação do meio ambiente nas áreas urbanas?

Os órgãos e setores responsáveis por desempenhar funções executivas devem se preocupar, inicialmente, em ser imparciais, estando cientes de que cabe a eles o cumprimento de normas legais e técnicas relacionadas a esse desenvolvimento. Infelizmente, o que se vê, é que o prato onde se encontra esse “desenvolvimento econômico” pesa mais do que aquele ocupado pela conservação do meio ambiente e mesmo assim, esse “desenvolvimento econômico”, muitas vezes, é direcionado apenas para o favorecimento de poucos.

Relacionado a isso, cito o exemplo das APP’s de cursos d’água, onde as normas legais estabelecem que as mesmas só poderiam ser ocupadas para execução de obra, plano, atividade ou projeto de utilidade pública, interesse social ou de baixo impacto ambiental, sendo que nessas normas tais exceções são explicitadas para que não haja desentendimento e mesmo assim, especialmente, as ocupações em áreas urbanas são, normalmente, feitas por edifícios comerciais e residenciais habitados pela classe média/alta.

UAI Meio Ambiente: A senhora acredita que a Política Nacional de Resíduos Sólidos deverá entrar em vigor de maneira satisfatória até o prazo estabelecido?

Infelizmente, se não houver fiscalização e punição efetivas esse prazo não será respeitado, sendo repetidos os mesmos “empurrões” de sempre, quando os responsáveis por garantir o cumprimento da lei fingem que não vêem e o poder público e os grandes geradores de resíduos fingem que não sabem de nada e que por isso não elaboram seus planos de gerenciamento de resíduos etc.

UAI Meio Ambiente: Pensando no que tem sido feito nas escolas, como estimular as crianças a adotarem hábitos mais socialmente e ecologicamente responsáveis num mundo que incentiva cada vez mais o consumismo indiscriminado?

É dever do poder publico promover educação ambiental em todos os níveis e, sobretudo, para as crianças que, além de apresentarem maior abertura às mudanças, desempenham papéis fundamentais dentro de casa e na sociedade como um todo. Por isso é imprescindível a implantação desse tipo de programa nas escolas, garantindo mudanças de hábito logo cedo, englobando o incentivo a adoção de hábitos mais saudáveis na alimentação escolar, reduzindo o consumo de produtos industrializados e a prática de esportes e brincadeiras ao invés de jogos eletrônicos, por exemplo.

UAI Meio Ambiente: A multa é um mecanismo bastante difundido no nosso país para o controle do mau uso de alguns recursos naturais e de patrimônios dos municípios. A senhora acredita que multar é o melhor caminho para educar a população neste sentido? Qual seria, em sua opinião, o nível equilibrado para dosar o peso e a quantidade de multas emitidas?

A valorização que o ser humano deposita em seus bens financeiros é o fator determinante para que, muitas vezes, a multa seja a melhor alternativa para punir infrações. Entretanto, muitas vezes, o infrator prefere arcar com os custos das multas a sofrer as demais penalidades que a lei impõe, virando hábito cometer atos ilegais e dispor de um percentual ínfimo de dinheiro para regularizar sua situação. Por esse motivo, só a multa não constitui um mecanismo eficiente de punição, devendo ser garantido que o infrator se redima de seus atos e, efetivamente, passe a agir de forma benéfica. Em minha opinião, somente formas conjuntas de repreensão e punição dão bons resultados.

UAI Meio Ambiente: E o texto do Novo Código Florestal, que tramita hoje no Senado, qual é a sua opinião a respeito? Quais serão os desafios dos municípios diante das novas diretrizes que deverão entrar em vigor?

O Código Florestal Brasileiro necessita, de fato, ser modernizado em alguns seguimentos, entretanto, a proposta apresentada, a meu ver, é tendenciosa e não atingirá, nem de longe, a meta de aliar sustentabilidade ambiental e desenvolvimento socioeconômico com o aumento da produção agropecuária.

A minha maior preocupação quanto à aprovação definitiva do novo Código Florestal Brasileiro se deve ao fato de que a proposta apresentada, no que diz respeito a mudanças na delimitação das Áreas de Preservação Permanente - APP’s às margens dos cursos d’água e no percentual de reserva legal a ser mantido nas propriedades e posses rurais, não possui fundamentos científicos. Isso sem falar na possibilidade de suspensão de multas aplicadas até julho de 2008 para produtores rurais responsáveis por praticar crimes ambientais, o que considero um absurdo.

Entendo que as leis federais estabelecem limites mínimos a serem respeitados, assim, caso o novo Código Florestal Brasileiro entre em vigor, caberá aos municípios se organizarem para se fazer cumprir a nova lei. Contudo, deve-se ter em mente que, em relação às APP’s de cursos d’água, por exemplo, tanto a dimensão das faixas a serem protegidas quanto a definição do ponto de partida para tal dimensionamento inspiram reflexão. Ao se considerar que os cursos d’água apresentam aspectos sazonais, a supressão de vegetação para consequente ocupação antrópica seja para habitação, implantação de culturas agrícolas ou criação de animais domésticos, além de comprometer a manutenção da fauna e da flora, expõem as pessoas ao risco da ocorrência de inundações que acarretarão perdas financeiras e até mesmo de vidas humanas, provocando inúmeros impactos ambientais e consideráveis prejuízos sociais.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

COMO AMENIZAR PROBLEMAS NAS CIDADES COM BAIXOS CUSTOS

Um grande problema das cidades são as enchentes. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 5265 cidades pesquisadas, 51% sofrem catástrofes naturais e principalmente enchentes. Pensando nisso que alunos do 3º ano do ensino médio da Escola Técnica Estadual Monteiro Lobato, localizada em Taquara (RS), desenvolveram o "Sistema de Monitoramento de Enchente", que diminui a chance de um morador ser surpreendido pelas cheias.

"Com baixo custo, queríamos amenizar o índice de perdas que tem acontecido em grandes cidades e em nossa região por causa das chuvas", afirma William Jardel da Silva, um dos desenvolvedores do projeto.

O sistema é composto por uma estrutura com três boias e uma placa com um micro controlador. As boias enviam um sinal para o aparelho, que responde em três níveis diferentes. "O primeiro é um sinal luminoso, o segundo, um sinal sonoro e caso não haja ninguém por perto, é possível programar um número de telefone para o qual será emitido um sinal quando a água atingir a terceira boia", explica o jovem.

A ideia é dar tempo para moradores efetuarem o resgate de pessoas ou bens materiais nas residências. "Uma pessoa pode instalar na comunidade, nos principais pontos de alagamento, e algum responsável se comprometer a avisar os demais moradores quando um sinal for emitido", sugere William.

Já estudantes do 3º ano do curso técnico de química da Fundação Liberato, de Novo Hamburgo, se preocuparam com a poluição das águas. O projeto "Remoção de Metais Pesados de Solução Aquosa" foi elaborado por meio da utilização de carbonato de cálcio presente na casca do ovo da galinha.

"Coletamos casca de ovos na comunidade, fizemos tratamento com água colorada, moemos em um liquidificador e colocamos em contato com a solução de chumbo. Obtivemos ótimos resultados. Entre 98,28% e 99,94% do chumbo que continha na solução foi reduzido", relata umas das jovens quem pesquisou a solução, Débora Klein Motta.

Do 2,9 milhões de toneladas de resíduos industriais gerados anualmente no Brasil, somente 600 mil toneladas recebem tratamento. O restante é depositado em lixões. Para a estudante, o projeto é benéfico, pois, futuramente, pretende colocar as cascas dos ovos em contato com resíduo industrial. "O metal pesado é muito nocivo à saúde das pessoas, precisamos fazer algo", conclui.

terça-feira, 19 de julho de 2011

ACESSIBILIDADE

Juntar amigos, se divertir e salvar o planeta

Faça a sua parte:

Em São Paulo, a campanha ganhou o sugestivo nome de “Desapegue”, mas já existem iniciativas semelhantes em várias partes do mundo e, pelo menos, três sites estão promovendo o troca-troca de roupas, sapatos e acessórios. A mecânica varia um pouco entre os grupos que organizam, mas a ideia, de um modo geral, é juntar os amigos, conversar, comer, beber e trocar aquelas roupas que estão no armário há um bom tempo sem uso.
Você separa umas dez peças em bom estado e marca um encontro na casa de um amigo ou num restaurante. Ali elas são arrumadas por tipo e cada convidado escolhe uma peça de cada vez. No final, as roupas que não forem escolhidas são doadas para instituições de caridade. Uma forma divertida de reunir amigos, reduzir o consumo e ajudar quem precisa. O planeta agradece.

VEJAM ESTA INICIATIVA DA FIAT E COOPERADOS ACESSE O LINK ABAIXO

 Cooperárvore é a cooperativa social do programa Árvore da Vida – Jardim Teresópolis, idealizado e desenvolvido pela Fiat Automóveis em parceria com as ONGs Fundação AVSI e CDM. Um dos eixos de atuação do Programa Árvore da Vida – Jardim Teresópolis é a geração de emprego e renda. Daí surgiu a cooperativa, que cria e desenvolve produtos que aliam funcionalidade e beleza em peças diferenciadas a partir de materiais disponibilizados, em sua maioria, pela Ilha Ecológica da Fiat e de seus fornecedores, como aparas de cintos de segurança e retalhos de tecidos automotivos. Por meio da reutilização desses materiais são confeccionados produtos como sacolas, bolsas, mochilas, chaveiros, nécessaire, almofadas e jogos infantis. Somente no ano passado foram produzidas e comercializadas cerca de 38,6 mil unidades de produtos
Ao longo de 2010, 27 famílias do Jardim Teresópolis foram beneficiadas pela Cooperárvore, que nasceu em 2006. Para a formação da cooperativa foram selecionadas moradoras que tinham interesse pelo empreendedorismo, ao mesmo tempo em que se dispusessem a aprender a trabalhar em equipe para o bem comum do grupo. Elas receberam capacitação profissional específica nas áreas de costura, silk e artesanato.
De acordo com Marco Antônio Lage, diretor de Comunicação Corporativa da Fiat Automóveis, a Cooperárvore além de gerar trabalho e renda, incentiva as cooperadas a serem agentes de mudança na comunidade. “Hoje as beneficiadas pela cooperativa compreendem as necessidades do mercado e juntas buscam soluções e criações de novos produtos”, explica.
A possibilidade de trabalhar na Cooperárvore está transformando a vida das mulheres participantes. Um exemplo é Claudinéia Alvarenga da Silva, de 40 anos. Ela viu sua vida se transformar ao entrar no programa: de faxineira passou a artesã e hoje é uma das líderes do grupo. A renda familiar aumentou, o que permitiu a realização do sonho da casa própria. “Aqui na Cooperárvore tenho meu valor, me respeitam e dão valor no que eu faço.”
Expansão e reconhecimento
2010 foi um ano de grande crescimento para a Cooperárvore. Foi criado o site http://www.cooperarvore.com.br/que permite que o consumidor conheça todos os produtos da cooperativa e faça suas encomendas.
Outro destaque é a parceria estabelecida com o Betim Shopping. Desde março de 2011, um final de semana por mês a Cooperárvore comercializa os seus produtos no shopping. Outro canal de venda aberto foi o estante montado na concessionária Automax, em Belo Horizonte.
Essas iniciativas permitem uma aproximação maior da cooperativa com o consumidor final, já que facilitam a venda (antes o consumidor precisava ir até o Jardim Teresópolis para comprar os produtos). Além disso, representam um reconhecimento da comunidade aos produtos e ao projeto.
Por fim, a Cooperárvore foi um dos 74 projetos aprovados em todo o Brasil (só oito em Minas) para fazer parte do programa Caixa ODM (Objetivos de Desenvolvimento do Milênio), criado pela Caixa Econômica Federal e financiado pelo PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento). A Cooperárvore está recebendo apoio financeiro, técnico e operacional.
A Cooperárvore foi escolhida para ser beneficiada pela iniciativa por ser uma ação de geração de trabalho e renda e estar alinhada com o terceiro Objetivo de Desenvolvimento do Milênio: promover a igualdade entre os sexos e a autonomia das mulheres


LINK  COOPERÁRVORE

sábado, 16 de julho de 2011

O PROBLEMA DO TRÂNSITO NAS CIDADES BRASILEIRAS

O dia-a-dia do trânsito nas nossas médias e grandes cidades realmente chega a ser uma calamidade. Onde muito tempo e dinheiro são perdidos por conta de horas em congestionamentos. Horas de trabalho ou lazer são desperdiçadas e muito dinheiro é gasto inutilmente com gastos de combustíveis e peças de veículos em razão do trânsito muito lento ou parado.

Atualmente existe um projeto de lei tramitando no Congresso Nacional, o PL nº 1.687, no qual são tratados três grandes áreas do trânsito. O primeiro grande eixo tratado nesse PL é priorizar o transporte público em detrimento ao particular e também incentivar o transporte não-motorizado em detrimento do motorizado. Em segundo lugar, vincula o planejamento urbano ao sistema de transporte, desta forma, as cidades passam a crescer com o sistema de transporte ordenado. E por último, esse PL tem como idéia central o uso racional do uso do automóvel.

Hoje não há legislação específica que determine a diminuição de distâncias e tempo de intervalos bem como o problema de acessibilidade como os deficientes. A idéia fundamental é priorizar o transporte público.

Segundo estudo do IPEA, cerca de 20% dos usuários das vias públicas, principalmente nas grandes cidades, são responsáveis pela ocupação de 80% das mesmas. Este problema é causado por diversos fatores, mas os principais são os seguintes: historicamente o país priorizou o transporte particular com os incentivos às montadoras e aos consumidores para adquirir o seu automóvel, péssimas condições de uso da maioria dos meios de transporte público como trens e ônibus e o péssimo ordenamento das cidades no que tange às vias públicas e grandes distancias entre as residências e os locais de trabalhos.

Segundo esse mesmo estudo do IPEA, a cada ano os carros particulares, táxis e motocicletas obtêm subsídios em torno de R$ 20,0 bilhões, correspondentes a 86,0% de todo o subsídio dado ao sistema de transporte pelas três esferas de governo. Por outro lado, o transporte público tem subsídios anuais em torno de R$ 3,0 bilhões, correspondentes a 14,0%.

Com esse PL, tende a inverter as prioridades. Deve ser incentivado com toda ênfase o uso do transporte público, melhorando-o além de outras medidas extremamente necessárias para diminuir uma das maiores mazelas da sociedade na atualidade.

Abaixo estão relacionadas as proporções de carros e ônibus em algumas cidades brasileiras. Belo Horizonte: 77% de carros e 23% de ônibus; Brasília: 91% de carros e 9% de ônibus; Porto Alegre: 69% de carros e 31% de ônibus; Recife: 84% de carros e 16% de ônibus; Rio de Janeiro: 74% de carros e 26% de ônibus; São Paulo: 88% de carros e 12% de ônibus e Curitiba: 79% de carros e 21% de ônibus.

É evidente que devem ser tomadas decisões urgentemente que levem a diminuir o sofrimento da população em seus deslocamento nas cidades brasileiras. Atualmente é um sacrifício grande quando temos que sairmos de casa e precisamos entrar nas vias públicas, seja de carro ou de ônibus.

Independente do sucesso na aprovação do PL nº 1.687 no Congresso Nacional, é premente que sejam implementadas algumas medidas, tais como: Alargamento das vias principais nas cidades, incentivar as pessoas a usarem o transporte público, dar exclusividades em algumas faixas para ônibus, diminuir os incentivos financeiros para o transporte particular e aumentar para o transporte público, incentivar a geração de emprego próximos a grande número de residências e investir pesadamente em transporte ferroviário (trens e metrôs).

Com essas medidas, certamente o trânsito nas nossas vias públicas seria amenizado de forma sensível e melhoraria a vida de todos que utilizam o transporte, seja em carro ou em ônibus. Isso terá um custo financeiro muito grande, mas realmente no atual estágio não tem outra saída. Para implantar essas medidas é necessária vontade política de toda a população brasileira.

LIXO - UM PROBLEMA DE TODOS

Todo mundo sabe que não pode jogar lixo no chão, na rua, na praia, que o essencial é separar os lixos, não provocar queimadas, não desperdiçar água, não poluir entre outros aspectos, mas será que todos nós fazemos isso? É claro que não, pois senão não estaríamos passando pelo que estamos passando e acabando com tudo que vemos pela frente. Entre os materiais recicláveis, estão os papéis, os metais, os vidros e os plásticos. Agora que você já conheceu um pouquinho dos produtos que mais poluem a nossa maior casa que é a Terra saiba como fazer sua parte: Separe os lixos de acordo com o tipo de material que ele é; Compre somente o necessário e evite desperdícios; Utilize produtos com embalagens recicláveis; Opte por embalagens de vidro; Use bolsas de pano de que as sacolas de plásticos; Use as embalagens secas que você já utilizou para guardar outros produtos quando isso for possível; Não desperdice papéis; Não deixe a torneira aberta enquanto escova os dentes ou quando está tomando banho desligue o chuveiro para se esfregar; Utilize as máquinas de lavar roupa e louça quando estiverem cheias; Não lavar os carros e nem a calçada com o esguicho, opte sempre por varrer, pois a chuva se encarrega disso; Sempre que possível deixar a luz apagada; Use o carro somente em dias de chuvas ou quando necessário e sempre que puder ande de ônibus ou a pé; Incentive todos os seus conhecidos, pois com a ajuda de todos teremos um mundo melhor!

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